quinta-feira, 22 de abril de 2010

O último post

Quando escrevi o primeiro post aqui, meu medo era não ter assunto para um segundo, e depois para um terceiro. E assim passou um ano. Hoje, encerro o blog. Este último post eu venho escrevendo e reescrevendo na minha cabeça há um bom tempo. Estou um pouco triste em acabar com este espaço aqui. Mas isso estava programado desde o início. E é uma questão de princípio. Até agora, contar sobre o Tomás e o Vitor, de certa forma, era falar muito de mim, da forma como eu entendia os dois, do jeito como nós começávamos a nos entender. Por mais que as histórias fossem centradas neles, tratavam muito da minha vida nova como mãe. Agora, sou mãe completa. Agora, eles já dão os primeiros passinhos, gritam as primeiras palavras, enfim, têm cada vez mais consciência do mundo. E mais personalidade. Portanto, a partir de agora, acho que um blog sobre eles, sem a autorização deles, é em certo sentido uma invasão de sua intimidade.

Há algumas semanas, antes de postar um texto, me pego fazendo as seguintes perguntas: será que eles gostariam que todo mundo soubesse tal coisa? Será que eles vão gostar de ler isso quando souberem ler? Sim, porque a idéia é dar este blog de presente pra eles no futuro. Por isso, acho que este é o momento certo de parar. Se um dia eles quiserem, eles mesmos poderão escrever suas histórias.

Vou sentir bastante saudade de vocês. A mãe que sou hoje - com todas as falhas e todos os acertos - deve muito à ajuda, torcida e carinho de vocês. O blog, em vários momentos, funcionou como uma terapia: exorcizei os medos, comemorei as alegrias, desabafei, desabafei, desabafei. Obrigada pela paciência. De novo, porque aqui tudo é em dobro: vou sentir bastante saudade de vocês. Na verdade, já estou com saudade.

Três beijos. Um meu. Um do Vi. Um do Tom.
E até qualquer dia desses.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Páscoa em Atibaia

Vi (esq) e Tom (dir)
Vi (esq.) e Tom (dir.)
Tom
Vi

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Carta da Espanha

Vi e Tom,
Vocês hoje completam um ano e três meses. Depois do aniversário de um ano, ninguém comemora mais os meses, sabe? Mas eu tenho uma vontade enorme de cantar parabéns. Nem que seja para ver vocês batendo palmas e rindo. Mas, pensando bem, a gente canta parabéns todos os dias, né? Enfim, estou sentimental. Tenho uma queda para o drama. Seu pai bem conhece e vive sussurrando no ouvido de vocês que logo, logo, vocês também vão sacar isso. Tem hora que nem eu me aguento. Talvez esta seja uma dessas horas... Mas estou em Madri, na Espanha, longe pra caramba de casa. E pra mim, viajar, mesmo que para um lugar tão incrível como este, exige um esforço absurdo desde que vocês nasceram. Racionalmente, fico pensando no quanto talvez vocês se orgulhem de conhecer no futuro o meu trabalho. Racionalmente, também sei que o trabalho me completa. Mas, aqui, de noite, só consigo chorar de saudade. E sentir o coração apertado. Então, esta carta é para pedir desculpas por eu não estar aí hoje com vocês. E para dizer que ando pelos museus imaginando se vocês terão paciência de me ouvir falar de arte. E para contar para que olho sempre o relógio e conto menos cinco para saber que horas são aí em São Paulo e tentar adivinhar o que estão fazendo. E para prometer que, amanhã, a gente canta parabéns um montão de vezes. Tomara que vocês saibam quem eu sou quando me virem no aeroporto. Ai... chega de drama, né? Amo vocês. Amo! Amo!
Mamãe.