sexta-feira, 5 de março de 2010

Um sonho pra trás, um sonho pra frente

Há meses venho pensando nisso, mas agora que eles cresceram, a angústia ficou mais evidente. Principalmente quando vêm engatinhando na minha direção ao mesmo tempo. Quando adoecem e precisam de cuidados ao mesmo tempo. Quando choram e querem colo ao mesmo tempo. Quando pedem a mesma brincadeira ao mesmo tempo. A vinda de gêmeos me tirou o sonho de ter um filho de cada vez. Fiquei sem a possibilidade de planejar uma segunda gravidez, depois que o primeiro bebê já tivesse recebido a atenção necessária nesse começo de vida. Leio muito que durante os dois primeiros anos de uma criança ela se sente o centro do universo. Bom, para o Vitor e para o Tomás, por mais que em casa haja um esforço absoluto para que nada lhes falte, esse universo sempre foi dividido. Desde a barriga.

Mas eu imagino que para eles isso nem seja tanto drama. Eles nunca vão saber como seria ter um universo inteiro, digamos assim. Tomarão consciência das coisas olhando pro lado e enxergando o irmão. Pra mim, no entanto, é mais difícil. Em muitos momentos, sinto que sou uma mãe pela metade. Não estou inteira para o Vitor. Não estou inteira para o Tomás. E passo os dias lutando contra essa situação. Como se pudesse mudá-la. Sei lá, como se pudesse virar um tipo de mulher maravilha. Abandonar o sonho de ter um filho de cada vez não tem sido fácil. Bate um medo danado de errar feio, de falhar com um deles. Por outro lado, de noite, de dia, só consigo agradecer pela alegria e pela sorte de ser mãe dos dois. E mãe dos dois assim, de uma vez só.

3 comentários:

Marina disse...

Gi, que tocante o texto! Da so para imaginar um pouco o que voce sente, ja que mesmo com 1 e com tempo para dedicacao, ainda bate umas culpinhas. Falam mesmo, ne?! Que nao existe mae que nao tenha aquele sentimento de culpa. Pode ficar tranquila que se nao fosse o motivo de se "dividir"por 2, seria outro.
O que eu acho interessante e voce nao esquecer que, ao mesmo tempo, bem ou mal, eles ja entendem o conceito do dividir, repartir desde cedo. E do jeito que o mundo anda individualista, adultos assim e que poderao fazer a diferenca!
Sem contar que, acho inevitavel, eles sempre serao referencia um para o outro. As experiencias serao vividas de maneiras diferentes, mas so o fato de terem a mesma idade ja garantira um conforto e um entendimento entre irmaos que e essencial!
De alguma maneira, eles estao no lucro! Pensa nisso...

Marina disse...

Gi, que tocante o texto! Da so para imaginar um pouco o que voce sente, ja que mesmo com 1 e com tempo para dedicacao, ainda bate umas culpinhas. Falam mesmo, ne?! Que nao existe mae que nao tenha aquele sentimento de culpa. Pode ficar tranquila que se nao fosse o motivo de se "dividir"por 2, seria outro.
O que eu acho interessante e voce nao esquecer que, ao mesmo tempo, bem ou mal, eles ja entendem o conceito do dividir, repartir desde cedo. E do jeito que o mundo anda individualista, adultos assim e que poderao fazer a diferenca!
Sem contar que, acho inevitavel, eles sempre serao referencia um para o outro. As experiencias serao vividas de maneiras diferentes, mas so o fato de terem a mesma idade ja garantira um conforto e um entendimento entre irmaos que e essencial!
De alguma maneira, eles estao no lucro! Pensa nisso...

Gi Kato disse...

Ma,
Que saudade de vc.
Nossa... estava tão angustiada, sabe?
Até que descobri que, com os dois, tive de aprender a de fato abandonar mesmo o sonho de ter um filho só. Louco, né?
Amo qd vc me escreve.
De certa forma, me acalma.
Imagino mesmo que, se não tivesse com essa culpa, estaria com outra.
Guenta aí! Penso sempre em vc.
Beijão!