domingo, 31 de janeiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Saudade

Umas duas semanas atrás, meu chefe veio todo risonho: "Vou te mandar pra Buenos Aires! Você precisa conferir o Andy Warhol de perto..." Enfim, vou encurtar a história aqui porque o motivo da minha viagem não cabe neste blog. O fato foi que ele mal terminou de falar e eu já estava sentindo um frio na barriga absurdo. Acho até que fiz cara de choro - algo que, talvez seja bom eu deixar claro, eu tenho pavor de protagonizar em ambiente de trabalho, em especial na frente de chefe. Mas devo ter esboçado a careta porque, na seqüência, ele perguntou se aquilo seria um problema para mim. Sabe-se lá como me segurei para mandar um... "Imagina! Até que enfim uma pauta para eu esbanjar meu portunhol!", torcendo para o sorriso amarelo convencer.

Amanhã, a esta hora, estarei na Argentina. Fico por lá até sábado. Eu sei. Vai passar voando. Eu sei. Vai ficar tudo ótimo por aqui. Eu sei. Todo mundo se vira superbem sem mim. Eu sei. Preciso ter orgulho de dar conta das coisas e ainda do trabalho. Mas... ao mesmo tempo em que estou torcendo para tudo correr bem (óbvio!), estou com medo. Medo de eles não sentirem minha falta. Medo de eles não perceberem que eu não voltei pra casa à noite. Medo de eles não se lembrarem de mim no sábado. Sei lá. Bobagem? Pode ser. Deve ser. Certeza que é, vai.

Hoje à noite, vou aprender a mexer na câmera do meu netbook. Porque ser mãe, em algumas horas, é manjar de tecnologia! E agradecer à compreensão do pai!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Três fotos

Tom de vermelho e Vi de azul no aniversário de um ano
Tom à frente e Vi atrás nos carrinhos que ganharam da dinda Mabel
Tom de azul e Vi de amarelo numa das primeiras vezes em que conseguiram ficar em pé no berço

Ritmo: cada um com o seu

O Vitor aprendeu a engatinhar. A babá tinha me dito na manhã da sexta-feira que ele não parava mais quieto. Mas confesso que achei que era exagero dela. Achei que ele continuava fazendo o que eu já tinha visto, que consistia em deitar e se arrastar pelo chão - de um jeito entre o estranho e o engraçado -, com a bunda um tanto levantada. Até que, à noite, cheguei do trabalho, coloquei os dois pra brincar no chão - como sempre faço - e fui até o quarto por um segundo. Juro. Foi o tempo de tirar o tênis - no singular mesmo. Porque voltei correndo com um pé ainda calçado, assustada. O Vitor chorava muito, com a cara enfiada no puxador pontiagudo do móvel da televisão (só inventaram protetores para quinas, não para puxadores... uma falha da indústria dos bebês!). Bem longe de onde o havia deixado sentado. Sim, o Vitor está engatinhando. Ao me dar conta disso, comecei a chorar. E assim fiz o Tomás chorar também. No começo da noite de sexta, em casa, éramos três lidando com lágrimas: eu, de emoção; o Vi, de dor; o Tom, de susto. Superamos logo.

O que não supero de jeito nenhum é espiar a carinha do Tom ao ver o Vitor, todo exibido, circulando pela sala de casa. Agora, o irmão pode escolher com o que brincar. Eu o coloco num canto e logo ele sai de lá, vai pro outro lado, tenta escalar a mesinha de centro, quebrar um enfeite, arrancar uma planta. Enquanto isso, o Tom fica sentadinho, olhando pra toda a ação com um ar um tanto desolado. Já nem liga mais pros brinquedos que ponho na frente dele. Dedica-se a admirar a proeza do outro. As pessoas têm me dito que isso é bom sinal. Que assim ele vai se sentir estimulado a engatinhar também. Mas hoje de manhã, foi bem difícil para mim, viu. Uma hora, não aguentei: sentei do lado dele. Ele se jogou no meu colo. E eu me rendi. Gastamos um bom tempo no chamego. Enquanto o Vitor... bom, o Vitor rasgava a capa de um livro!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Na praia

Antes: Eu chegava com calma, abria a cadeira, estendia a toalha na areia e tirava o short e a regata. Abria o protetor solar e passava pelo corpo com cuidado. Prendia o cabelo e caminhava até o mar. Andava devagar pro biquíni não sair do lugar, sabe? Enfim, não sei explicar direito, mas é uma técnica que desenvolvi ao longo de trinta anos. Um andar programado para as celulites não ficarem tão em evidência. Funciona, juro. Molhava os pés com pose de quem tem experiência. Podia até receber uns olhares. Olhava pra uns carinhas também. Então voltava pro meu canto. Folheava uma revista. Às vezes, lia até um livro. Falava ao celular. Tomava um sorvete. Reaplicava o protetor.

Agora: Cheguei já cansada com um deles no colo, monitorando o outro no colo da minha irmã. Nem sei como conseguimos jogar as bolsas na areia e com a boca puxar uma toalha e esticá-la para colocar os meninos em cima. Eles sentaram. Virei para abrir a cadeira e o Vitor caiu. Levantei-o. O Tomás comeu um punhado de areia. Foi questão de segundos mesmo para que a toalha deles ficasse já toda embolada. Ainda tentei passar o protetor em mim (sabiamente, eles já haviam saído de casa protegidos). Mas o creme mal secou na minha pele e eu já me vi obrigada a abandonar a frescura para pegar o Tom no colo, engasgado com a areia. Fiquei uma pessoa à milanesa. E, sim: sou paulistana do tipo que prefere piscina porque praia tem areia que coça. Resolvemos ir pro mar. Com 11 quilos no colo, o biquíni enfiou na minha bunda e eu não tive como tirar mais. O jeito foi caminhar até a água assim mesmo, torcendo para ninguém reparar nas celulites. Na metade do caminho, no entanto, como se não bastasse, o Vi resolveu brincar com a parte de cima do meu modelo cortininha comprado dois anos atrás (porque passei 2008 do tamanho de uma baleia e 2009 sem conseguir programar uma ida decente ao shopping). Quando enfim senti a água refrescante nos pés, minha irmã olhou pra mim um tanto assustada: "Gi, vc está com os peitos de fora!" Mas eu nem precisava me preocupar. Naturalmente, nenhum carinha olhava pra gente.

ps: Os meninos fizeram 1 ano! Dia 9 de janeiro, sábado. Estou devendo fotos do bolo, eu sei. Falta tempo, tempo, tempo, tempo...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Espelho



Eu resisto um pouco a esse tipo de brincadeira porque sinto que preciso evitar a todo custo as irresistíveis comparações a que eles serão submetidos o tempo todo. Mas, olhando essas fotos... tive de me render. Realmente, o jogo é uma tentação. Divirtam-se! Sim... eu sei quem é quem. Em tempo: Feliz Ano Novo pra todo mundo que nos acompanha por aqui!