sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Na praia

Antes: Eu chegava com calma, abria a cadeira, estendia a toalha na areia e tirava o short e a regata. Abria o protetor solar e passava pelo corpo com cuidado. Prendia o cabelo e caminhava até o mar. Andava devagar pro biquíni não sair do lugar, sabe? Enfim, não sei explicar direito, mas é uma técnica que desenvolvi ao longo de trinta anos. Um andar programado para as celulites não ficarem tão em evidência. Funciona, juro. Molhava os pés com pose de quem tem experiência. Podia até receber uns olhares. Olhava pra uns carinhas também. Então voltava pro meu canto. Folheava uma revista. Às vezes, lia até um livro. Falava ao celular. Tomava um sorvete. Reaplicava o protetor.

Agora: Cheguei já cansada com um deles no colo, monitorando o outro no colo da minha irmã. Nem sei como conseguimos jogar as bolsas na areia e com a boca puxar uma toalha e esticá-la para colocar os meninos em cima. Eles sentaram. Virei para abrir a cadeira e o Vitor caiu. Levantei-o. O Tomás comeu um punhado de areia. Foi questão de segundos mesmo para que a toalha deles ficasse já toda embolada. Ainda tentei passar o protetor em mim (sabiamente, eles já haviam saído de casa protegidos). Mas o creme mal secou na minha pele e eu já me vi obrigada a abandonar a frescura para pegar o Tom no colo, engasgado com a areia. Fiquei uma pessoa à milanesa. E, sim: sou paulistana do tipo que prefere piscina porque praia tem areia que coça. Resolvemos ir pro mar. Com 11 quilos no colo, o biquíni enfiou na minha bunda e eu não tive como tirar mais. O jeito foi caminhar até a água assim mesmo, torcendo para ninguém reparar nas celulites. Na metade do caminho, no entanto, como se não bastasse, o Vi resolveu brincar com a parte de cima do meu modelo cortininha comprado dois anos atrás (porque passei 2008 do tamanho de uma baleia e 2009 sem conseguir programar uma ida decente ao shopping). Quando enfim senti a água refrescante nos pés, minha irmã olhou pra mim um tanto assustada: "Gi, vc está com os peitos de fora!" Mas eu nem precisava me preocupar. Naturalmente, nenhum carinha olhava pra gente.

ps: Os meninos fizeram 1 ano! Dia 9 de janeiro, sábado. Estou devendo fotos do bolo, eu sei. Falta tempo, tempo, tempo, tempo...

5 comentários:

O Pai disse...

Uau. A ideia de ir para a praia parecia tão boa... Que trabalho, hein. Uma surpresa.;)

Unknown disse...

Gi, que delícia, amiga!!! Dou risada sozinha com seus textos...rs
beijos

Ivy Farias disse...

Sua sinceridade é genial. Fiquei imaginando a cena, você solteira e agora a preocupação que nenhum cara olha mais. Será por causa dos dois bebês no colo? hihihi!

Carla Pestana disse...

hahahahha meu Deus... por isso que eu ainda tenho tanto medo de sair de casa com as pequenas. Adoro acompanhar seu blog para tirar idéias, mas sei que falta mesmo tempo pra escrever mais
beijos

Dani Zebini disse...

Sensacional, Gi!
Morri de rir imaginando a sua saga...hahahahaha
Beijocas,