terça-feira, 22 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O primeiro Natal

Muitas coisas fazem mais sentido agora pra mim.

No ano de estréia da nossa casa, fui à 25 de Março, comprei uma árvore de Natal bem grande e um monte de bolas incríveis, e passei um fim de semana arrumando a sala. Nos dois seguintes, não encontrei coragem que me fizesse tirar a caixa com os enfeites do quartinho dos fundos. Optei por uma decoração mais clean, digamos: uma guirlanda na porta e pronto. Para camuflar minha preguiça, cheguei até a esboçar uma teoria sobre o exagero de laços dourados e neves de algodão. Eram bregas.
Pois neste ano, numa noite dessas do comecinho do mês, abri o quartinho da bagunça à procura da tal árvore. E montei tudinho: galho por galho, bola por bola, laço dourado por laço dourado. Tive ânimo até para espalhar aquelas luzinhas que piscam sobre a instalação. Liguei o fio na tomada e gastamos, eu, Vitor e Tomás, uma boa meia hora vendo tudo aquilo brilhar.
Percebi que, deste ano em diante, vai ser melhor eu guardar os enfeites em um canto mais fácil da casa. E repensar inclusive o meu preconceito com as neves de algodão - que, ao menos por enquanto, estão restritas ao armário do banheiro.

Ah... preciso contar aqui que o Vitor aprendeu a bater palma.
E ontem a babá disse que ele acordou da soneca da tarde e se sentou sozinho no berço!

O Tom olha pras nossas palmas e começa a dançar.
No berço, o que ele gosta mesmo é que a gente o coloque de pé. Fica sozinho, segurando nas grades. E gritando "mãmã".

É... um tantão de coisas fazem mais sentido agora pra mim.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Um e outro

O Vitor adora água de coco. O Tomás não pode nem sentir o cheiro. Aliás, o Tomás recusa-se a colocar na boca uma mamadeira com um líquido transparente, seja água de coco, água água ou chá. Nesse calor, eu uso um truque: dou a água em doses pequenas, numa colher de plástico dessas bem coloridas. Com a brincadeira, ele toma um tanto.

O Tomás pouco se mexe à noite. Deixo-o deitado de lado no berço e, quando vou checar, ele geralmente está na mesma posição. O Vitor gosta de dormir de bruços, o que, para bebês, não é recomendado. Mas, agora que está grandinho, eu tenho deixado. Até porque ele sempre encontra um jeito de se virar. Às vezes, de manhã, acorda de cabeça pra baixo.

O Vitor está com dois dentes na parte debaixo da boca e dois nascendo na parte de cima: um já bem pra fora e o outro só com a pontinha. O Tomás exibe dois embaixo, dois em cima já bem à vista e mais dois a caminho. Com essa vantagem, ele tem adorado morder o irmão. No sábado, deixou uma marca no braço do Vitor.

O Tomás dança a qualquer hora, com qualquer música. Para ele, vale vinheta de comercial, um "parabéns a você", a abertura da novela das oito, os brinquedos a pilha. O Vitor está mais preocupado em imitar o movimento de "não" que fazemos de vez em quando com a cabeça. Ele balança a dele de um lado para o outro, a gente cai na risada, ele se assusta e pára.

Uma exceção (elas sempre existem): os dois ensaiam engatinhar. Por enquanto, só conseguem ir pra trás.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Encontros e despedidas

Eles decidiram. Acho que combinaram uns dias antes, longe de mim. Porque nada além disso explica o fato de terem parado de mamar no peito na mesmíssima data: 11 de novembro. Antes disso, eles vinham já me dando alguns avisos de que a "despedida" estava perto. Mamavam cada vez menos. Houve momentos em que acho que só fizeram isso para me agradar mesmo. Mas no dia 11, os dois só abriram a boca para a mamadeira. E eu achei melhor não insistir mais. Não que a decisão não tenha causado um certo aperto. À noite, sozinha, senti um vazio meio estranho. Nada que levasse ao choro, por exemplo. Mas também nada que pudesse passar sem uma menção aqui.

Na manhã seguinte, estava me arrumando para vir trabalhar quando a babá me chamou. "Vem ver os dois tomando suco!" Eles seguravam as mamadeiras sozinhos. Tipo gente grande. Tá... gente grande não toma mamadeira - mas de vez em quando eu bem que gostaria de uma, viu! Bom, voltando... Desde o dia 12 de novembro, na hora das mamadas e dos sucos, coloco os dois sentadinhos em um canto, entrego-lhes as mamadeiras e pronto. Só preciso ficar por perto ainda porque, volta e meia, um deles se esquece de que precisa ir levantando o frasco à medida que o líquido abaixa. Ou um deles se cansa e derruba tudo.

E uma semana depois da tal "despedida", ganhei ainda outra compensação. Eles falaram "mamã". Tenho lá minhas dúvidas de que dizem isso sabendo que se referem a mim, mas e daí? Também não repetem o "mamã" sempre que eu peço. Mas e daí?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Três fotos: eles em pb

Vitor (esq) e Tomás (dir)
Vitor
Tomás

terça-feira, 17 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Catarse - parte dois

Quando brincava de casinha, aos cinco, seis anos, lembro que costumava repetir: "E meus filhos são gêmeos!" Às vezes, eram duas meninas, às vezes dois meninos, na maioria do tempo um casal, claro. Depois, já bem grandinha, lembro que costumava dizer: "Quero ter só filho homem. Mulher é muito fresca, confusa. Somos em três lá em casa. Haja paciência!" Mas, quando o médico encostou o aparelho de ultrassom na minha barriga de dois meses - que, é bom reforçar, era na época a mesma barriga de sempre -, nem passava pela minha cabeça uma observação como a que se seguiu. "Estou vendo dois corações batendo aqui..." Na hora, fiquei meio brava com o médico. Quase soltei algo na linha "Não se brinca com isso, doutor!" Parei, no entanto, ao enxergar a expressão do pai. Não sei descrever exatamente como estava. Só sei que nunca mais vou me deparar com o rosto dele daquele jeito. Tinha de tudo lá: alegria, susto, orgulho, medo, dúvida. Ele também via os dois corações.

No dia seguinte ao da descoberta no consultório, amanhecemos já nós quatro (!) em um laboratório, fazendo exames mais detalhados. Assim soubemos que eram dois meninos, que eram idênticos, ou seja, dividiam a mesma placenta, e que, por isso, a gravidez exigia cuidados. Parei de fazer exercícios (tá... isso eu já não fazia mesmo). Comecei a fazer testes. Enquanto em uma gravidez normal a futura mãe se submete a mais ou menos um exame por mês, eu fui a um por semana. Em outubro, meu médico detectou um princípio de desequilíbrio entre o crescimento deles. Era exatamente o que monitorávamos desde o começo. Contou ainda que isso representava um risco para os dois. Lembro da minha pergunta na hora, bastante assustada: "E como temos de proceder? Que remédios existem para isso?" E ele: "Nada. Não há remédio para isso. Só podemos torcer para eles se entenderem aí dentro". A palavra "torcida", na boca de um médico, não é exatamente algo que se consegue ouvir sem entrar em pânico.


Não tive uma gravidez tranquila, nem feliz. A imagem clássica da maternidade também não está no álbum de fotos dos meus filhos. Mas,
um dia de janeiro, enquanto caminhávamos para a UTI, ouvi do pai uma coisa que me confortou muito naquela hora e ganha cada vez mais sentido: "Se eles tivessem chegado sem todos os meses angustiantes, sem esse tempo no hospital, talvez a gente não suportasse tanta alegria de uma vez". Acho que por isso eles chegaram aos poucos. Aos poucos, soubemos que sobreviveriam. Aos poucos, pudemos tocar suas mãos. Aos poucos pudemos colocá-los no colo. E aos poucos fomos ficando mais fortes. Sim... ainda falta um tantão. Ainda bem.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Novos baianos



Ele só quer saber da próxima micareta...



... e ele só quer saber de dormir.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Três fotos



Tom (esq) e Vi (dir)
ps: Não fomos para o Chile. Ainda bem. Eles continuam meio doentes. Completamos uma semana sem dormir...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nona temporada

Episódio 1: Eles estão doentes. Bronquiolite, disse o pediatra. Disse também que é algo bastante comum em crianças. Desde segunda, tomam antibiótico. Desde a sexta anterior, não dormem por mais de duas horas seguidas. E choram muito. Choram quando tossem, choram quando mamam, choram quando comem, choram quando ganham um beijo que não estavam a fim de ganhar, choram quando ouvem o outro chorar. Ah! Choram também quando precisam tomar o remédio. E quando o nariz entope. Aliás, o nariz entope por causa da tal inflação nos bronquíolos e por causa do choro insistente, num ciclo desses sem começo e fim definidos. Pelo menos por enquanto, a inalação está descartada. Com a máscara no rosto, ficam histéricos. Talvez lembrem da UTI.

Episódio 2: Eles estavam no chiqueirinho que ganharam da avó no Dia das Crianças. Esses chiqueiros são ótimos porque posso deixá-los sentadinhos, brincando, enquanto arrumo a cozinha ou tomo banho ou respiro um pouco. Nesse dia, eu lavava louça quando ouvi a risada do Vitor. Não foi um risinho comum, mas a gargalhada que ele só dá uma vez ou outra, geralmente quando eu ou o pai esmagamos suas bochechas. Fiquei curiosa e cheguei na sala de mansinho pra ver o que acontecia. Pois o Tomás chacoalhava um brinquedo barulhento e olhava pro Vi. E o Vi meio que respondia com a tal risada exagerada. Hoje, posso dizer com certeza que eles se reconhecem. E se divertem bastante juntos.

Episódio 3: Eles estão próximos de fazer a primeira viagem de avião. Bem... isso, claro, se melhorarem da chata bronquiolite. Temos passagens compradas pra Santiago, no Chile, onde mora a irmã-tia-dinda-futurababá Sa. Até RG tiramos hoje, ou seja, estamos deixando tudo pronto para o passeio internacional, só esperando o ok do pediatra. Tudo pronto é modo de falar, óbvio. Não tenho nem idéia do tamanho da mala que precisarei providenciar para a dupla. E da aventura que será circular pelo aeroporto com o carrinho duplo, a mala tripla, as mamadeiras, etc, etc. Tudo em nome da saudade.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A outra

Escolher uma babá para os meninos talvez seja a tarefa mais difícil que enfrento desde que eles nasceram. Comecei a entrevistá-las quando estava grávida, ou seja, quando não tinha a menor idéia do que exatamente perguntar a uma candidata. Nos decidimos por uma. E erramos, naturalmente. Na segunda tentativa, um pouco por sorte mesmo, acertamos. Digo sorte porque só se conhece de fato a pessoa quando se passa a conviver com ela: ditado que vale para relacionamentos amorosos e... babás. Acontece que esse achado, a Maria, recebeu agora uma proposta de salário melhor e pediu demissão. Fica com a gente só até dia 30. E, enquanto risco num calendário cada dia a menos que temos para encontrar uma substituta à altura, faço entrevistas. E me deparo protagonizando diálogos surreais. Juro: são todos verdadeiros.

Eu: Tivemos uma experiência com uma moça incrível, mas que decidiu ser minha amiga.
A candidata: Sei...
Eu: Tenho a tendência a dar mesmo liberdade demais para as pessoas, sabe?
A candidata: Sei...
Eu: Mas liberdade é algo que se conquista, né? Claro que ficaremos próximas, você vai cuidar dos meus filhos...
A candidata: É...
Eu: Mas isso precisa acontecer aos poucos, entende?
A candidata: Acho que sim...

Eu: Há uma linha muito tênue entre dar carinho e mimar as crianças, sabe?
A candidata: Acho que sim...
Eu: Quero que dê carinho, atenção, etc. Mas não carinho demais. Temos orgulho do jeito como eles são, ou seja, não são crianças chatinhas, que ficam chorando, querendo colo o tempo todo.
A candidata: Compreendo...

O pai: A Gi é muito bacana. Doce, compreensiva. Eu sou um cavalo.
A candidata: Sei...
O pai: Principalmente quando o assunto são meus filhos. Ou seja, se acontecer alguma coisa com eles, eu vou atrás até da sua quinta geração.
A candidata: Claro...

Bom, isso tudo para contar que dispensamos a primeira substituta da Maria há pouco. Na sexta começa uma outra, num processo um tanto traumático para mim. Chorei hoje ao me despedir de uma pessoa que ficou em casa por duas semanas apenas. E vim dirigindo pro trabalho pensando em como é louca essa independência feminina. Decoramos nossa casa, escolhemos o sofá confortável, a almofada bonita. Temos filhos - no meu caso, realizando o sonho acima de todos os sonhos. E aí vamos atrás de alguém parecido com a gente para cuidar deles. E para passar o dia sentada no tal sofá fofo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Catarse - parte um

De vez em quando, à noite, ainda ouço o sinal agudo dos aparelhos que monitoravam os batimentos cardíacos e a respiração dos meninos na UTI. Apitavam sempre que algo estava errado. Do lado das encubadoras deles, ficamos condicionados: o equipamento dava o aviso e já sabíamos "ler" os números e até arriscar um diagnóstico. Ou olhávamos pra uma das enfermeiras em busca de resposta. Sentia um frio na barriga, o coração disparava e as pernas inchadas, depois de uma cesárea nada tranquila, tremiam a ponto de eu muitas vezes não conseguir levantar da cadeira. Sentia dor, dor de angústia, dor de medo. E isso acontecia numa freqüência absurda porque dividíamos a sala com mais cinco bebês prematuros. Torcíamos por eles também. Qualquer esboço de sofrimento deles também doía na gente.

De vez em quando, à tarde, ainda me vem à cabeça a primeira vez que vi os meninos. Eram frágeis, estavam espetados em vários fios, um aparelho os ajudava a respirar. Não podia pegá-los no colo. Não podia beijá-los. Não podia amamentá-los. Depois de mais de sete meses carregando os dois dentro de mim, de repente, eles pareciam cruelmente distantes. Não conseguiam abrir os olhos para nos ver. Não conseguiam nem se mexer direito dentro daquela vitrine. E não gostavam muito do carinho tímido que podíamos fazer de vez em quando. As enfermeiras explicavam que eles sentiam ainda falta da proteção da barriga. Mas meu instinto não entendia isso de jeito nenhum. Lembro das visitas na maternidade, do clima alegre das vizinhas do andar, e de que não tinha vontade de voltar pro quarto. Quando recebi alta, achei que não conseguiria ir pra casa com tanta dor. Dor no peito, dor por causa de um vazio absoluto. Durante o mês que ficaram no hospital, entrar no quarto deles todo arrumado era um esforço. Um esforço que doía.

De vez em quando, de manhã, ainda penso na menina que morreu durante o tempo em que estávamos lá. Penso também na manhã em que assisti aos médicos darem uma anestesia geral no Tomás e levarem-no para o centro cirúrgico. Penso nas milhares de vezes que entrei na sala para tirar leite com as bombas elétricas e chorei junto com outras mães. Chorei de dor. Chorei de medo. Penso também nas mães que cantavam baixinho, todo dia, para os filhos nas encubadoras. E penso em como tudo isso vai influenciar, pro bem e pro mal, no tipo de mãe que vou ser. E que sou.

Aos poucos, eles têm me mostrado que não querem mais mamar no peito. E acho que a despedida dessa fase é uma grande culpada pelo desabafo - e pelos sentimentos - acima. Eles também estão mais danados. Volta e meia, se jogam e batem a cabeça em algum canto. Uma bobagem, mas que me deixa assustada. Porque experimentei em dose dobrada a vulnerabilidade da vida. E sei bem que não se pode proteger os filhos de tudo. E que nem sempre o mundo é justo. Por que uns sobrevivem e outros não? De vez em quando, rezo por causa disso.

ps: demorei quase nove meses pra falar disso assim, de um jeito tão aberto.

sábado, 3 de outubro de 2009

Quatro fotos

Vi (esq) e Tom (dir)
Tom (esq) e Vi (dir)
Vi
Tom

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Os bebês aí têm telefone?

Faz tempo, né? O natural seria eu começar este post descrevendo a minha rotina ultimamente. Até tentei. Mas, quando reli, as frases soaram muito repetitivas. Acho que basta eu contar aqui um comentário que ouvi certa vez de uma colega, quando ainda nem sonhava em ter filhos e ela já cuidava dos dela. Chegou na revista, ligou o computador e soltou: "Agora é só ficar aqui sentada, digitando? Isso não é trabalho. Trabalho é o que faço em casa."

Parto então para um assunto mais engraçado: como as mulheres se derretem com um homem empurrando um carrinho de bebê. E como esse fenômeno é ainda mais exagerado quando o carrinho em questão leva... dois bebês idênticos e fofos como os meus - sim, desisti de ser modesta com relação a eles, tá? Agora sério. Fiz uma experiência. Durante um passeio pelo shopping, o Pablo entrou numa loja e eu permaneci com a dupla na porta (cruzar a vitrine pro lado de dentro geralmente significa ficar entalada entre uma arara e outra, sem conseguir manobrar o carrinho e seus vinte quilos pelos corredores estreitos). Durante o tempinho que ele gastou por lá, ganhei alguns sorrisos, uns elogios mais diretos - pros meninos, óbvio -, mas nada fora do normal.

Então, invertemos a situação. Chegou a vez de eu checar um possível sapato novo e do pai aguardar na porta. Em poucos minutos, vááááárias mulheres pararam para lhe perguntar a idade dos meninos, como fazíamos para identificá-los, se dormiam a noite toda, se eram bonzinhos, se, se, se. Acho que isso tem explicação hormonal. Pro homem, uma mulher na frente de um carrinho com dois (!) bebês é sinônimo de encrenca. Pra mulher, um homem na frente do mesmo carrinho deve despertar confiança, desejo de uma família, amor e sei lá mais o quê.

O fato é que a coisa funciona. Outro dia, fiquei até sem graça em atrapalhar a roda, sabe? E agora ando pensando em emprestar meus gordinhos e meu Tofu para os amigos solteiros. Certamente, voltariam pra casa com alguns telefones.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quatro fotos




Tom (esq.) e Vi (dir.) na piscina que ganharam do vovô Hideki

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Praia café com leite

Fomos à praia no último fim de semana. Mas acho que não dá para considerar essa viagem como sendo oficialmente a primeira vez dos gordinhos no litoral. Por causa da chuva, eles não pisaram na areia, nem molharam os pezinhos nas ondas. Tirando um passeio e outro pelo calçadão, ficamos mesmo foi no apartamento. O balanço da aventura, no entanto, não podia ser melhor. Primeiro porque fazia muito tempo que os dois não passavam um dia inteirinho sem meias, bodys de mangas compridas e calças. Livres de tanta roupa, suados pelo clima abafado e felizes com o cheiro da maresia, eles levaram os pés descalços à boca, rasparam uma perna na outra, lamberam os braços. Experimentaram, enfim, encantados, a sensação do toque na própria pele. Pode soar como bobagem isso escrito aqui, assim, mas as cenas, garanto, têm aquele gosto de descoberta que embriaga os pais babões, sabe? Nos vimos tirando também os tênis e curtindo o chão gelado.

Outra coisa bacana que descobrimos no fim de semana, foi que, sim, nós conseguimos viajar com a dupla. E que a operação não é tão dramática quanto nos parecia até poucos dias. Claro que, no sábado, só conseguimos sair de casa exatas três horas depois de começarmos a nos arrumar - e arrumar nossas malas, e arrumar as malas dos meninos, e dar a mamada, e trocar as fraldas, e preparar as mamadeiras para a viagem, e trocar de novo as fraldas (porque eles fazem cocô sempre quando estamos prontos, trancando a porta). Correu tudo bem. E durante a descida da serra, com os dois dormindo no banco de trás, avistamos aquelas chaminés baforentas de Cubatão e, até elas, de repente, ficaram bonitas. "Daqui a pouco, quando os meninos estiverem maiorzinhos, vão olhar pra essas chamas e perguntar o que são, né?", comentou o pai. É... até Cubatão e suas fumaças ganham lá certa graça perto do Vi e do Tom.

ps: hoje, eles completam oito meses.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Missão impossível

Talvez eu desenvolva TOC ao longo do próximo ano. Isso porque ter dois filhos idênticos olhando pra mim quando estou em casa dá margem a algumas paranóias, mas uma em especial. Tenho oferecido atenção, carinho, leite, suco, sopa, beijo, aperto de bochecha e chá em doses idênticas também? A rotina segue mais ou menos assim: o Tomás sempre acorda primeiro. Então, todos os dias, ele é quem mama primeiro. Levanto, portanto, já me sentindo de certa forma em débito com o Vitor. Por isso, enquanto os dois me fazem companhia na cozinha, durante o meu café da manhã, eu pego o Vi um pouquinho no colo. Na minha cabeça doida, assim eu o compenso pelo fato de sempre ser o segundo a sair do berço.

Daí vou espremer as laranjas para o suco. E me flagro, às dez da manhã, meio atrasada para o trabalho, medindo e comparando as mamadeiras para ver se têm exatamente a mesma quantidade de bebida. Uma sempre fica com um pouco mais. Por mais que eu gaste um tempo passando um tanto de suco de um lado para o outro, sabe? Logo cedo, encaro portanto mais uma quase impossível missão: a de escolher qual dos dois ganhará mais suco no dia. Já tive um caderninho para anotar essas coisas e promover um revezamento. Depois de alguns meses, no entanto, achei que as anotações denunciavam demais o meu grau de loucura. Resolvi bancar a mulher mais desencanada e bem resolvida. Mas não ando conseguindo, não. Volta e meia, estou lá, medindo chamegos, elogios e mamadeiras.

Pior é que essa nóia se alastra para tudo! Quem vestirá hoje a roupa que eu acho mais bonita? Quem brincará agora com a abelhinha de plástico que os dois tanto adoram? Quem? Quem?

domingo, 30 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Quatro fotos atrasadas


Vitor (esq.) e Tom (dir.)

Tom (esq.) e Vi (dir.)

Meu yin e meu yang

Se pelo lado de fora eles alternam dias em que estão muito parecidos com outros em que não se parecem tanto assim, por dentro, as diferenças ficam cada vez maiores. E mais evidentes. Com pelo menos três dentes bem cerradinhos rasgando a parte debaixo da boca, o Tom tem passado bastante tempo ensaiando umas mastigadas. Raspa a língua na gengiva e dá risada. Enfim, curte a sensação que os novos "amigos" devem despertar. Quando esquece um pouco dos dentes, pede colo. Mas não pense você que ele quer afago e sossego. O Tom gosta de brincar de cavalinho. Uma versão que ele mesmo descobriu, diga-se de passagem. Funciona assim: a gente o coloca sentado na ponta de uma das pernas, segura-o só pelas mãos e então ele fica se balançando sozinho. Vai pra frente, pula pra trás, se desequilibra pros lados. Não quer, no entanto, que a gente se mexa. Ele é quem faz os movimentos. E assim pode gastar um dia inteiro. Sem exagero.

O Vi não se empolgou com o exercício, não. Também não tem ainda nenhuma ponta de dente à vista. Em compensação, aprendeu sozinho a mandar beijo e agora manda beijo o tempo todo. Pra todo mundo. E se diverte com o barulho do estalo dos lábios. E com os sorrisos que recebe em troca. Entre um beijo e outro, ele mesmo sorri gostoso, de um jeito tímido e doce. Fora isso, mantém uma cara mais fechada, observadora. Nada exagerado é com ele. O Vi não gosta de muito barulho, de muita bagunça, de muita festa. Para conquistá-lo, precisa-se chegar devagarinho. Agora, para ficar satisfeito mesmo, basta que o deixem sentado. Sentado, ele olha tudo em volta. Sentado, ele pode gastar um dia inteiro. Sem exagero.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Rotina

Agora já dá pra dizer com certeza. Eles adoram a rotina que criamos para eles, a sensação de saberem exatamente o que vai acontecer agora. E daqui a pouco. E mais tarde. Mas manter os horários certinhos não é muito fácil. No fim de semana então... Haja rebolado para estar com a sopa quentinha ao meio-dia, a fruta às três e, nesse intervalo, curtir um almoço gostoso, de preferência em um restaurante legal. Ou tomar um banho demorado, sabe? Tem dia em que dá vontade de entregar os pontos e ficar em casa mesmo, de pijama, com toda a infra-estrutura ao redor. Passei alguns finais de semana assim. Com os cardápios de delivery espalhados pelo sofá. Mas a segunda-feira chega logo e há coisas muito bacanas acontecendo do lado de fora.

Ontem, portanto, a gente saiu o dia todo. Com carrinho duplo, mala de fraldas e roupas extras, mamadeiras, papinhas, tudo entulhado no carro, junto com uma dose e tanto de fôlego. Sério. Já disse isso aqui, mas é impossível não repetir: sair com os dois é tipo prova de maratona. Detalhe: tanto o pai quanto a mãe estão longe do perfil "esportista". Normalmente, chegamos na garagem já com vontade de subir as escadas de volta. Mas, daí, um olha pro outro e manda ondas de energia suficientes para girar a chave e abrir o portão.

No fim da tarde, os dois ficaram com os avós e nós fomos ao cinema. A primeira sessão desde que eles nasceram. Gostei. Gostei de entrar na fila sem precisar checar a cada minuto se uma das chupetas caiu. Gostei de assistir a um filme de uma vez, sem intervalo. Mas gostei mais ainda da reação da dupla quando chegamos em casa à noite. O Vitor e o Tomás, que agora têm curtido andar de mãos dadas, espiaram o quarto, reconheceram os berços, o cheiro dos travesseiros, o latido do cachorro, e abriram um sorriso. Eles sabem onde moram. E, pelo menos por enquanto, adoram a rotina que criamos para eles.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Atchim! Saúde!

Você sabe a diferença de gripe e resfriado? Eu não sabia até outro dia. Mais precisamente até segunda-feira passada, quando o Vitor e o Tomás amanheceram com o nariz escorrendo e uma tosse chatinha. Fomos pro médico. Ele perguntou se os meninos tinham febre e, diante da resposta negativa, diagnosticou: "Estão resfriados então, e não gripados". Receitou um xarope e nos mandou pra casa. Aprendi há uma semana que, para dizer que alguém está gripado, é preciso usar o termômetro. Aprendi também que gripe sempre exige mais cuidados. Resfriado não. O que não significa que a minha dupla, resfriada, ficaria livre de choros constantes, irritação, noites em claro.

No primeiro dia, eu até tentei ensiná-los a assoar o nariz. Mas depois me disseram aqui no trabalho que isso as crianças só fazem mesmo quando completam quatro, cinco anos. Mesmo assim com dificuldade. O jeito foi passar a semana com uma fraldinha na mão, limpando o que escorria. E, digamos assim..., escorria muita coisa porque os dois, nervosos por não conseguir respirar, abriam o berreiro. E assim se entupiam cada vez mais, claro. Eles ficaram meio pra baixo. E, em vários momentos, eu me peguei fora de controle. Pela primeira vez, o Vitor, com o sono mais leve e incomodado, acordou toda vez que o Tomás chorou. E vice-versa. Numa noite aí, choramos nós três.

Hoje, dá para falar que a situação está mais tranquila. Eles voltaram ao bom humor de sempre. E já não espirram e tossem tanto. Eu e o pai é que acordamos com dor de garganta. Por causa desse incômodo, da semana passada e de umas coisinhas mais, estou um caco. Mas, pelo menos, aprendi a diferença de gripe e resfriado. Aprendi também a trabalhar - e tenho trabalhado muito! Eta Lei de Murphy! - com o coração na mão, pensando neles doentes em casa.

ps 1: O médico chegou a desconfiar de que o resfriado era por causa dos dentes nascendo. A Maria, a babá, bancou a mesma idéia. Pois ontem à noite a gente sentiu: tem uma pontinha de dente rasgando a gengiva do Tomás! No Vitor ainda não.

ps 2: O enfermeiro do meu trabalho falou que estou com um músculo das costas inflamado por carregar excesso de peso. É... dezoito quilos em um carrinho só... ou duas sessões de banho com anjinhos de nove quilos nos braços...

ps 3: Também estava com saudade de escrever aqui pra vocês.

domingo, 2 de agosto de 2009

Duas fotos de domingo


a família toda

D-D-Gi

Ontem à tarde resolvi levar os meninos para um passeio na casa da avó. Foi a primeira vez que me arrisquei a sair sozinha com os dois. Troquei as fraldas, agasalhei a dupla, preparei a mala, desci para o carro com o Vitor primeiro. Enquanto o amarrava na cadeirinha, fui explicando que ia deixá-lo ali só um pouquinho, o tempo de buscar o irmão. Virei para subir a escada novamente e dei de cara com ela, bem no meio da porta de saída da garagem. Grandona. Gordona. Com asas vitaminadas. Asquerosa. Em 33 anos de vida, eu nunca matei uma barata. E, aqui, é preciso contar rapidamente um episódio para vocês entenderem a dimensão da coisa: quando morava sozinha, cheguei a certa vez me trancar num quarto e ligar para um amigo ir me salvar de uma delas. Na frente de uma barata, eu berro.

Ontem, porém, eu dei só um gritinho de mulherzinha. Na hora, lembrei do Vitor atrás de mim. E abafei o escândalo. Daí fiquei uns segundos entre os dois - a barata e o Vi. Vontade eu tinha de sair correndo, mas não deixaria meu filho com a bicha por nada neste mundo. Respirei fundo. Pisei na gorda. Dei outro grito na seqüência. Um misto de satisfação e nojo. Mas, pela primeira vez, diante de uma barata, eu não fui uma mulherzinha. Eu salvei meu filho. Daí sim eu saí correndo. Mas para pegar o outro que, a essa altura, chorava sozinho em casa.

sábado, 1 de agosto de 2009

Receita de "manteiga"

Desde que o Vi e o Tom nasceram, eu choro todo dia. Sem exceção. Não é um choro chôôôro, sabe? Ok... às vezes é... Mas, na maior parte dos momentos, é um choro leve, desses que, se alguém ameaça entrar na sala, por exemplo, dá tempo de enxugar rapidamente a lágrima e esconder a cena. Ou seja, eu tenho mantido a pose. Daí, ontem, voltando pra casa, resolvi matar o tempo no trânsito pensando nos motivos que hoje me deixam assim tão "manteiga". Cheguei a uma lista. Choro porque:

- eles são a prova de que alguma coisa de bom eu tenho feito na vida para merecê-los
- janeiro, o mês interminável na UTI, virou definitivamente uma história para contar
- eles estão cada vez mais idênticos e, volta e meia, confundem as pessoas
- tenho medo de não dar carinho e atenção em doses iguais
- sinto falta de dormir até meio-dia. E de fazer as coisas sem precisar de tanto planejamento
- eles conversam entre eles
- eles já ficam sentados no cadeirão, batendo as mãos na bandeja à frente como quem diz: "quero sopa!"
- eles batem um pratão de sopa cada um
- aprendi a usar uma panela de pressão só por causa deles
- já sinto saudade dos meses em que conseguia carregar os dois no colo ao mesmo tempo
- eles me reconhecem. E reconhecem o pai
- eles mandam beijo. Desses que desarmam qualquer cansaço. Qualquer mau humor
- aos poucos aprendo a ver a vida como ela é. E ela não é um conto de fadas, mas também não é um dramalhão eterno
- eles ainda mamam no peito
- eles despertam nas pessoas seu melhor lado
- tenho medo de estragá-los com minhas neuroses
- percebo cada vez mais que nada é garantido 100 por cento na vida
- consigo fechar mais uma edição da revista, mesmo com tanta coisa nova em volta
- não posso protegê-los de tudo
- sou hoje capaz de amar mais. E de um jeito melhor
- entram aqui, todo dia ou de vez em quando, pessoas queridas demais. Que choram com o que escrevo. Que me conhecem bem e me aceitam assim. Que torcem por mim

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cenas de dois batizados






ps1: estas fotos (e tb as duas que tiramos no bar Squat) são de um amigo, o Tiago Queiroz. Valeu, Tiago! Momento registrado à altura.
ps2: família, estas são só um "aperitivo", ok? O Tiago vai mandar depois todas as que tiramos. E, claro, o CD de imagens vai circular muito!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Em surto

Fui almoçar com uma amiga que tem gêmeos com idade bem próxima da dos meus. A gente mal se cumprimentou, ela tossiu e imediatamente me disse: "Olha, estou com uma tosse. Mas não é nada, viu? Pode ficar sossegada!". Eu dei então uma risada de alívio. Não porque seu cof cof era alérgico. Mas porque havia encontrado finalmente alguém que me entendia. Por mais que eu tente me controlar - e ache, de verdade, que estão exagerando um pouco com relação a essa gripe suína - volta e meia, me pego em uma espécie de surto. O nariz do Vitor escorre um pouco? Lá vou eu tirar a temperatura, checar a respiração... O Tomás chora de um jeito diferente? E eu me dedico a mais uma análise detalhada... Medo. Puro medo.

Em minha defesa, talvez possa citar o mês que passamos na UTI. De qualquer forma, hoje percebi que preciso muito segurar a minha onda. Porque eles estarão sempre expostos a algum risco na vida, né? Meu dever agora, que são tão pequenos, é protegê-los, claro. Mas não dá para colocá-los numa bolha. Vontade, de vez em quando, não falta. É preciso ser sincera. Aquela frase de que mãe faz qualquer coisa para evitar o sofrimento de um filho tem todo sentido. Há, no entanto, limite pra tudo. O bom foi que terminamos - eu e a amiga, mãe dupla também de primeira viagem, - rindo das nossas próprias atitudes. É... ser mãe não é fácil. Em tempos de pandemia, menos ainda.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nosso ritual

Eu não coloquei foto no domingo que passou. Estou em dívida, eu sei. Mas a vida anda corrida de verdade. Trabalhar, amamentar, trocar fralda, cortar as unhas de quatro mãos, de quatro pés (aliás, as unhas dos bebês crescem numa velocidade surreal)! Às vezes, bate uma sensação de sufoco, sabe? Hoje, por exemplo, eles tomaram sopa pela primeira vez. O pai presenciou a cena e, por msn, no comecinho da tarde, generosamente me contou como foi. Mas, é óbvio, meu coração doeu um pouquinho por não poder estar lá com eles na hora. Escapou um desses momentos que não voltam mais. Sim... sou ciente de que não estarei junto deles em muitos acontecimentos importantes (pro bem deles, inclusive!). Mas preciso confessar que, pelo menos por enquanto, perdê-los não é coisa fácil. Ao meio-dia, sentada aqui diante do computador, imaginei os pratos quentinhos na frente deles... E torci para que tivessem uma experiência gostosa. Tiveram.

Outro medinho que dá de vez em quando é o de eles se esquecerem de que sou sua mãe. Então, agora que gasto muitas horas longe, quando chego em casa, não só fico querendo compensar o tempo perdido como também faço todas as brincadeiras que inventamos juntos. E que viraram uma espécie de código entre a gente. Terminado o "ritual", não tenho dúvidas de que sabem que voltei. Começo cantando Roberto Carlos. As músicas embalam a dupla desde a barriga e têm o poder de hipnotizá-los. Mesmo. É lindo de se ver: eles me olham completamente entregues, seduzidos. Depois, pego cada um deles no colo e beijo seus queixos. Eles então desatam a gargalhar. Na seqüência, aproximo meu rosto e eles esfregam a cara na minha bochecha. Ganho assim o que considero a prova máxima da nossa ligação. E, por fim, jogo os dois na minha cama, que ultimamente vive cheia de bichinhos de plástico, mordedores e afins. Eles se divertem. Eu acalmo a culpa e a saudade.

ps: o Vitor está falando! Revelou-se neste fim de semana um tagalera legítimo. Chega a perder o fôlego. E parece encantado com o poder da própria voz. Um Tom ainda quietinho é que não tem gostado tanto dessa novidade. Volta e meia, ele se assusta.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Primeira balada

Ontem, o Vitor (esq) e o Tomás (dir) foram conhecer o bar novo de uns amigos, o Squat. Amaram a decoração. Atestaram a cremosidade do chopp. E saíram de lá contando os meses para provar o bolinho de risoto de alho poró com queijo brie. Com certeza, irão voltar muitas vezes.
ps: nas fotos, dá para ver que o Vitor perdeu um pé do tênis. É... coisas que acontecem em baladas.

domingo, 12 de julho de 2009

Foto de domingo

O Grêmio, via Michel Laub, tentou a contratação. O Todo Poderoso desistiu porque já tinha preenchido a cota de gordinhos no elenco. O Palestra do vovô Hideki até mandou o Luxemburgo embora para juntar dinheiro suficiente. Levou o passe desta dupla de atacantes (Vitor à esq.; Tom à dir.) o Barça, do tio Rodrigo e da tia Marina! Meus filhos são melhores que o Eto'o! Se cuida, Kaká!
PS: Meninas, sei que o texto acima parece cifrado. É do Pablo. Ele me explicou umas coisas.
Todo Poderoso = Corinthians
Palestra = Palmeiras
Barça = Barcelona
Eto'o... googlem. É um jogador aí.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Contabilidade

Não é à toa que vivo agora precisando dar uma passadinha no supermercado.
Ou ligando na farmácia atrás de serviço de delivery. Aliás, essa opção é só mesmo em último caso porque eles demoram uma hora e meia para fazer a entrega. Que bebê aguenta tanto?
Bom, para controlar melhor os novos custos, resolvi fazer uma espécie de planilha com (quase) tudo o que gastamos em um mês atualmente com a dupla. Aqui, coloco também as marcas que usamos e que podem servir como dica para outras mães, né? Testei muitas antes de chegar às minhas preferidas. A lista assusta (pelo menos a gente, que banca as coisas):

- 420 fraldas da Turma da Mônica Soft Touch Tamanho G (G! Já! Socorro! Compramos em um depósito no Pari, mas nem sempre o preço vale a pena. Bom mesmo é ficar atento às promoções e encher o carrinho numa boa oportunidade)
- 2 tubos de pomada contra assaduras Desitin Creamy 4 oz (Só vende nos Estados Unidos. É ótima. Eu peço para todos os amigos que viajam esvaziar as prateleiras das lojas de lá pra mim. É... deve ter amigo me xingando)
- 2 sacos com bolinhas de algodão 50 g (Aqui vale a lei do mais barato)
- 30 saquinhos de chá de camomila ou erva-doce (Viva a lei do mais barato de novo!)
- 90 laranjas-lima (Nem sempre tem desse tipo no supermercado. Por isso, estamos também frequentando feiras agora)
- 15 mamãos-papaya ou 15 bananas-maçã (Feira, feira!)
- 6 latas de leite em pó Nan 800 g (É a latona mesmo, que no começo eu achei que duraria muuuito. Por causa do Nan eu já passei apuros do tipo... descobrir à meia noite que acabou o leite e estar sozinha em casa com os meninos. Agora, acendo a luz vermelha toda vez que abro a última lata do armário)
- 2 vidros de sabão de coco líquido Mon Bijou 500 ml (Esse é o mais barato. Ainda não podemos usar produtos com perfume para lavar suas roupas)
- 1 vidro de álcool em gel (Para esterilizar a banheira entre o banho de um e do outro. Limpar o trocador, coisas assim. Lei do mais barato aqui também)

Acho que é isso. Um dia, mais pra frente, preciso elencar as coisas de infra-estrutura que compramos e temos ainda de comprar. Depois de montar o quarto, com dois berços e uma cômoda bem maior que a padrão, providenciar o carrinho duplo, a banheira, os bebês-conforto, agora começa uma segunda fase. Daqui a pouquinho chega a vez de escolher dois cadeirões, por exemplo. O carro da família também vem sendo repensado. Não cabemos mais nele. Olha, mas é uma diversão só, viu? Negociamos em dez vezes, levamos os gordinhos para sensibilizar as vendedoras... Problema maior é descolar um lugar em casa para guardar tudo isso. Há pilhas de roupas, fraldas, latas por toda a parte. E isso justo comigo, que amo uma organização!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Parabéns pra vocês

Olhei o relógio e já eram oito e meia. A casa estava no mais absoluto silêncio. Levantei com medo. Como o pai está viajando, de início pensei que não tinha ouvido a babá eletrônica. Imaginei os dois sem fôlego de tanto que poderiam já ter gritado. Corri até o quarto. Mas encontrei a dupla quietinha. Abri a janela. Os dois se mexeram, mas só. Por eles, continuavam lá, debaixo do cobertor quentinho. Lembrei então que precisava amamentá-los, tomar café da manhã, dar o suco de laranja e colocá-los para tomar sol. Tudo isso até às onze horas, quando a Maria chega e eu então me arrumo voando pro trabalho. Sim... vou amarrando o tênis no caminho, por exemplo. Depois de um rápido uni-duni-tê (é assim que se escreve isso?), levei o Tomás para o trocador. Ele se espreguiçou. E então me viu. E abriu um sorriso daqueles. A cena se repetiu com o Vitor. E eu me dei conta: pela primeira vez, passamos uma noite inteirinha sem choro.

É bem significativo que os dois tenham conseguido alcançar essa "marca" hoje. Hoje, eles completam seis meses de vida. Diante do fato - de uma alegria imensa para quem não aguentava mais levantar no frio sempre assustada -, ficou meio inevitável não fazer uma espécie de balanço. Lembrei do dia 9 de janeiro. Da minha barriga enorme. E do frio na barriga que senti ao entrar no hospital já sabendo que os dois nasceriam e iriam direto para a UTI. Não foi fácil. Mas dormir uma noite toda e despertar com o bom humor dos pequenos talvez já seja um sinal de como o medo vai se diluindo. E de como tem sido bacana essa jornada. Porque há momentos difíceis, mas há muitos outros deliciosos. Deliciosos em dobro, é preciso dizer!

Sempre sonhei com minha gravidez. Pois não tive um, mas dois meninos logo de uma vez. Daí, quando soube da vinda dupla, comecei a torcer para conseguir produzir leite suficiente por pelo menos um mês. Pois seis já se foram e eles continuam mamando no peito. E assim vai. Numa lista de desejos que se superam o tempo todo. Por isso, hoje, quando logo cedo eles começaram a falar algo lá na língua deles, eu resolvi retribuir o diálogo cantando "parabéns a você". Duas vezes. Deu vontade de cantar muitas mais. Só parei porque... olhei o relógio e já eram quase dez. Hora de preparar o suco de laranja - que agora eles tomam numa versão turbinada com cenoura.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sobre Roberto, Vik e Maradona

Não é que filho nasce com gostos e manias parecidos com os dos pais?
Os dois amam Roberto Carlos.
O Vitor acha que o Vik Muniz se acomodou a uma fórmula que deu certo, mas que já não emociona tanto assim. Está até com preguiça de enfrentar a fila no Masp.
O Vitor curte futebol. Torce pro Boca. E pro Maradona.
O Tomás cochichou outro dia que se irrita com gente que se veste seguindo a modinha. Perguntou porque as pessoas não são mais originais.
O Tomás sonha em conhecer Tóquio. Mas antes vai para Nova York.
Falando em Japão, os dois gostam de comida japonesa.
Os dois esperam pelo fim de semana para ficar de bobeira na cama, assistindo a qualquer coisa na televisão. De preferência um episódio inédito de Lost.
É... e os dois olham para nós dois, dão um sorriso de canto de boca e pronto. Nós quatro sabemos o que isso quer dizer. E não é nada que se possa colocar em palavras.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

Três fotos de domingo

Tom (esq) e Vi (dir)

Vi (esq) e Tom (dir)


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Beleza na mesa

Tomava um café no trabalho com dois amigos queridos. No meio da conversa, alguém citou o clichê: "Toda mãe acha sempre o filho lindo". É... falávamos de bebês... e sim... eu sei que preciso urgentemente ampliar meu repertório de assuntos... Mas, enfim, eu desfrutava de mais um daqueles momentos do dia em que descrevo coisinhas que os meninos têm aprendido a fazer para uma platéia que nem deve estar de fato tããão interessada assim em ouvir essas histórias pela enésima vez. A expressão do rosto deles saiu da monotonia, no entanto, quando eu confessei: "Olha, eu tenho bem consciência de que o Vi e o Tom já passaram por umas fases meio feinhas. Aliás, eu vivo apagando foto da máquina digital quando vejo que os dois - ou um deles -apareceram feios no registro".

Até esses meus amigos, acostumados com uns absurdos que solto de vez em quando, ficaram um tanto chocados. "Como assim? Isso é verdade mesmo? Então precisa ir pro blog!", mandou um deles. O Pedro. Portanto, obedeço aqui a uma ordem. Isso é verdade sim. Quando eles receberam alta da maternidade, por exemplo, com dois quilos cada um, pareciam dois ratinhos. Fofos, amados, incríveis, gênios, mas... ratinhos. Nos ultrassons também. Surgiam na tela do computador e eu virava baixinho pro pai: "Ai... eles são feios!" E a gente ria, claro. Agora, bochechudos que só eles, roubam qualquer cena. Estão lindos. Mas pode ser que, mais pra frente, enfrentem outro período menos favorável, né? Sei lá... menino adolescente, com espinha na cara e voz fina, não costuma ser bonito... E antes que alguém leia isso e faça algum julgamento, já apresento minha defesa: lido com beleza de um jeito muito próprio. Não tem essa importância toda. Mesmo. O que não significa que eu não repita por aí, nos cafés com o povo do trabalho: "Eles não são lindos?" E ai de quem responder o contrário!

domingo, 28 de junho de 2009

Três fotos de domingo: para nossa dinda Sa


Tom (esq) e Vi (dir): prontos para a primeira festinha. Da amiga Manu


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Segunda chance

Aos poucos, fico cada vez mais com a sensação de que estamos todos nos entendendo melhor. Sei, por exemplo, o jeitinho certo de acalmá-los. Jeito, claro, diferente para cada um. No colo, o Vitor gosta de manter a cabeça virada para fora. Já o Tomás se aninha sempre com o rosto voltado pra mim. De vez em quando, ele arregala a vista e dá um sorrisinho, como quem diz: "Você continua aí, que bom!". Os dois também já se bastam, sabe? Deitados lado a lado, agora eles demoram mais para reclamar a minha ausência. Gastam uns bons minutos se admirando e, muitas vezes, riem um pro outro. Eu derreto.

Não me soa exagero dizer ainda que eles conversam. Entre si e com a gente. Está certo... as palavras saem na forma de gritos e umas risadas igualmente altas, mas eu entendo o que significam. A dupla tem se divertido nessa jornada de descobertas do mundo ao redor. E, por tabela, me levam junto. Hoje de manhã, acordei com 33 anos (que horror!), uma barriguinha que insiste em permanecer comigo, mais uns fios de cabelo branco, mais umas manchinhas na cara e muitas dúvidas adolescentes. E me peguei maravilhada com o laranja vivo do suco na mamadeira. Como se nunca tivesse visto a cor na vida. É que agora eu experimento a delícia de conhecer as coisas de novo. Sim, ser mãe traz uma espécie de segunda chance. Posso hoje ver as coisas através dos olhos dos meus filhos. E as coisas, bobas, simples, têm parecido mais bonitas.

ps: o que as pessoas querem de fato falar quando comentam que estou com cara de mãe? Encaro como um elogio ou ligo o sinal de alerta? É... a autoestima fica um tanto abalada quando se assopra 33 velinhas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Papa de banana

O pediatra pediu paciência. Acho que já percebeu que sou (muito!) ansiosa. Na última consulta, disse: "Mas não vá com muita expectativa, tá? Vai ser a primeira vez que eles irão comer algo sólido. Certamente estranharão!" Foi no sábado passado. O pai voltou do supermercado com uma penca de banana-maçã bem docinha. Coloquei no pratinho lindo que a avó deu de presente, amassei a fruta o máximo que consegui - virou uma papa meio nojenta - preparamos a câmera para registrar as caretas. E elas, de fato, dominaram a "experiência". Nem sei se dá para falar que o Vi e o Tom comeram mesmo banana. Os dois tiveram a mesma reação. Primeiro, cuspiram tudo. Depois de muita insistência, desconfio que só para nos agradar mesmo, eles resolveram segurar os pedacinhos na boca por alguns segundos. Mas só. Na seqüência, cuspiram tudo de novo. E pronto. O Tofu, nosso cachorro, foi quem se esbaldou com a banana que, também pela primeira vez, invadiu sua tigela.

ps 1: Hoje, a Maria tentaria mamão papaya. Preciso ressaltar que escrevo este post da mesa do trabalho me controlando para não sair correndo e acompanhar a segunda aventura gastronômica de perto?

ps 2: Não sei se eles adotaram essa rotina por pura sacanagem ou como prova de amor. O fato é que esperam o relógio bater meia-noite para fazer aquele cocô mole e fedido, sabe? Por que não carimbam as fraldas no horário de trabalho da babá? Quando acho que os dois já estão calmos, tenho de acender a luz do quarto de novo. Eles riem e a troca vira uma bagunça. Temos ido dormir bem tarde...

ps 3: No post passado, não fiz justiça com o Tomás. Ele ainda não sabe me mandar beijo, mas consegue levantar as duas pernas tão alto que quase dá cambalhota! O Vitor, preguiçoso que só ele, levanta uma só. Bem de vez em quando.

sábado, 20 de junho de 2009

Barriga dupla

Os meninos estão prestes a completar seis meses e eu ainda sofro por não ter perdido aquela barriga. Ok, todo mundo sabe que muitas mães demoram a voltar à forma depois da gravidez, mas é sério que vale pra mim também?

Logo que a gente descobriu que vinha gente nova por aí, a alegria foi tão grande que festejamos com tudo o que a aclamada cozinha paulistana oferece de... pior. Empadas, sanduíches gordurosos, doces, milkshakes, salgadinhos... Um tributo à caloria atrás do outro.

Quando veio a notícia de que seriam dois, então... Por que não celebrar em dobro, certo?

Logo, logo, caiu a ficha de que deveríamos tocar a gestação da forma mais saudável possível. E, enfim, começamos a maneirar.

No quinto mês, soubemos que os meninos, lá dentro do útero, já brigavam para ver quem comia mais. Assaltar a placenta na calada da noite e não dividir os nutrientes com o irmãozinho podia ser fatal para ambos.

Hoje, ao olhar para dois pequenos budas no carrinho à minha frente, dá para brincar com essa história. Na época, no entanto, foi um sufoco. Semanas de tensão, ansiedade, um ultrassom atrás do outro. Junto, comida e mais comida em busca de conforto.

Agora, com calma e a rotina da casa bem mais organizada, chega a hora de tomar vergonha na cara. Preciso estar em forma para dar conta de brincar com essas duas peças.

Sei bem que os amigos e parentes sempre oferecem uma palavra para me deixar pra cima. "Imagina! Você está com o corpo de sempre".

Obrigado, mas sei que não é verdade.

Meus filhos, fiquem tranquilos. Vou fechar a boca e virar atleta. Regime à vista!

Mas só segunda-feira. Porque hoje o papai aqui vai tomar mais umas cervejinhas para comemorar - pela enésima vez - os dois (três?) gordinhos mais simpáticos de Pinheiros.

Assinado: Pablo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Um dia de cada vez

Agora, toda noite segue mais ou menos assim: chego em casa correndo para render a babá e dar a mamada das oito. Terminada a fome deles, vou então cuidar do meu jantar. Sento à frente da tevê, coloco os dois no carrinho e a gente fica "conversando" enquanto rola a novela e eu mastigo alguma coisa. Volta e meia, do sofá, mando um beijo pra eles que, até ontem, respondiam ao carinho com um daqueles sorrisos gostosos. Hoje não. Hoje, o Vitor, depois de observar bastante o movimento dos meus lábios a cada beijo que eu soltava, conseguiu fazer a mesma coisa. Sim, vou escrever aqui com todas as letras porque - desculpa o momento descontrolado da mãe coruja - a situação merece. Hoje meu filho provou que é um gênio! Aos cinco meses, ele me manda beijo de volta. Liguei para o pai, para a avó, filmei a cena. Tenho um gênio em casa!

Mas não é sempre que sinto isso, sabe? Ler, por exemplo, aqueles livros de bebês me causam uma angústia danada. Os médicos colocam lá uma lista de coisas que os pequenos aprendem a fazer a cada mês e, muitas delas, os meus alcançam um pouquinho mais tarde. Antes, eu ficava neurótica. Cheguei a gastar umas manhãs inteiras com "exercícios" para fortalecer o pescoço deles, por exemplo. Como se pudesse controlar o tempo de seu desenvolvimento. Que pretensão!

Pela sanidade mental e espiritual dos fofos, agora eu seguro a onda. Deixo a literatura infantil na estante. E me entrego às evoluções sutis que eles me mostram a cada dia. Outro exemplo? Eu dava um brinquedo na mão deles e nada... eles simplesmente não seguravam. Daí, numa noite qualquer, resolvi oferecer a peça de plástico à outra mão. A esquerda. Os dois agarraram as chaves coloridas e não largaram por um tempão. Descobri que, pelo menos por enquanto, eles são canhotos. E estavam só esperando que a mãe ansiosa deles percebesse isso. Com calma. Como deve ser. Ou melhor: como eu acho que deve ser. E tento fazer.

domingo, 14 de junho de 2009

Três fotos de domingo

Tom (esq.) e Vi (dir.)
Vi (frente) e Tom (atrás)
Vi (esq.) e Tom (dir.)