sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Pomada de arnica

Não dá mais para deixá-los no carrinho sozinhos nem por um instante. A gente vira para mudar o canal da tevê e, quando consegue achar o controle remoto, um deles já está com os dentes cravados no braço - ou na perna, ou na bochecha, ou na mão - do outro. As mordidas são tão fortes que deixam aquelas marcas roxas que exigem explicações, sabe? Volta e meia, estou contando para alguém com cara de espanto que não, não tenho batido neles. Eles é que têm se "experimentado", digamos assim. E o fim da história todo mundo conhece, né? Muita choradeira. Um por causa da dor. O outro por causa da bronca.

Cheguei a propor ao pai um método: morderíamos de volta, para que eles sentissem a dor que causavam no irmão. Mas o pai, prudentemente, descobriu na internet que isso poderia deixá-los violentos (por quê? brincadeirinha!!!). O pai descobriu também que as mordidas podem até ser demonstrações de carinho - diagnóstico que resolvemos adotar como o certo, claro! Mas o mais provável mesmo é que eles se mordam porque tenham ciúmes um do outro. As mordidas são para garantir o espaço, o brinquedo, a atenção. Algo bem típico de gêmeos, disputando as coisas e as pessoas, disputando as descobertas. Então, agora, ando bem alerta para isso. O que de certa forma é fácil para uma ciumenta declarada. Depois de uma mordida, penso, um pouco envergonhada, um pouco feliz: "eles puxaram isso da mãe"...

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