quarta-feira, 22 de julho de 2009

Em surto

Fui almoçar com uma amiga que tem gêmeos com idade bem próxima da dos meus. A gente mal se cumprimentou, ela tossiu e imediatamente me disse: "Olha, estou com uma tosse. Mas não é nada, viu? Pode ficar sossegada!". Eu dei então uma risada de alívio. Não porque seu cof cof era alérgico. Mas porque havia encontrado finalmente alguém que me entendia. Por mais que eu tente me controlar - e ache, de verdade, que estão exagerando um pouco com relação a essa gripe suína - volta e meia, me pego em uma espécie de surto. O nariz do Vitor escorre um pouco? Lá vou eu tirar a temperatura, checar a respiração... O Tomás chora de um jeito diferente? E eu me dedico a mais uma análise detalhada... Medo. Puro medo.

Em minha defesa, talvez possa citar o mês que passamos na UTI. De qualquer forma, hoje percebi que preciso muito segurar a minha onda. Porque eles estarão sempre expostos a algum risco na vida, né? Meu dever agora, que são tão pequenos, é protegê-los, claro. Mas não dá para colocá-los numa bolha. Vontade, de vez em quando, não falta. É preciso ser sincera. Aquela frase de que mãe faz qualquer coisa para evitar o sofrimento de um filho tem todo sentido. Há, no entanto, limite pra tudo. O bom foi que terminamos - eu e a amiga, mãe dupla também de primeira viagem, - rindo das nossas próprias atitudes. É... ser mãe não é fácil. Em tempos de pandemia, menos ainda.

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