segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nosso ritual

Eu não coloquei foto no domingo que passou. Estou em dívida, eu sei. Mas a vida anda corrida de verdade. Trabalhar, amamentar, trocar fralda, cortar as unhas de quatro mãos, de quatro pés (aliás, as unhas dos bebês crescem numa velocidade surreal)! Às vezes, bate uma sensação de sufoco, sabe? Hoje, por exemplo, eles tomaram sopa pela primeira vez. O pai presenciou a cena e, por msn, no comecinho da tarde, generosamente me contou como foi. Mas, é óbvio, meu coração doeu um pouquinho por não poder estar lá com eles na hora. Escapou um desses momentos que não voltam mais. Sim... sou ciente de que não estarei junto deles em muitos acontecimentos importantes (pro bem deles, inclusive!). Mas preciso confessar que, pelo menos por enquanto, perdê-los não é coisa fácil. Ao meio-dia, sentada aqui diante do computador, imaginei os pratos quentinhos na frente deles... E torci para que tivessem uma experiência gostosa. Tiveram.

Outro medinho que dá de vez em quando é o de eles se esquecerem de que sou sua mãe. Então, agora que gasto muitas horas longe, quando chego em casa, não só fico querendo compensar o tempo perdido como também faço todas as brincadeiras que inventamos juntos. E que viraram uma espécie de código entre a gente. Terminado o "ritual", não tenho dúvidas de que sabem que voltei. Começo cantando Roberto Carlos. As músicas embalam a dupla desde a barriga e têm o poder de hipnotizá-los. Mesmo. É lindo de se ver: eles me olham completamente entregues, seduzidos. Depois, pego cada um deles no colo e beijo seus queixos. Eles então desatam a gargalhar. Na seqüência, aproximo meu rosto e eles esfregam a cara na minha bochecha. Ganho assim o que considero a prova máxima da nossa ligação. E, por fim, jogo os dois na minha cama, que ultimamente vive cheia de bichinhos de plástico, mordedores e afins. Eles se divertem. Eu acalmo a culpa e a saudade.

ps: o Vitor está falando! Revelou-se neste fim de semana um tagalera legítimo. Chega a perder o fôlego. E parece encantado com o poder da própria voz. Um Tom ainda quietinho é que não tem gostado tanto dessa novidade. Volta e meia, ele se assusta.

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