quinta-feira, 9 de julho de 2009

Parabéns pra vocês

Olhei o relógio e já eram oito e meia. A casa estava no mais absoluto silêncio. Levantei com medo. Como o pai está viajando, de início pensei que não tinha ouvido a babá eletrônica. Imaginei os dois sem fôlego de tanto que poderiam já ter gritado. Corri até o quarto. Mas encontrei a dupla quietinha. Abri a janela. Os dois se mexeram, mas só. Por eles, continuavam lá, debaixo do cobertor quentinho. Lembrei então que precisava amamentá-los, tomar café da manhã, dar o suco de laranja e colocá-los para tomar sol. Tudo isso até às onze horas, quando a Maria chega e eu então me arrumo voando pro trabalho. Sim... vou amarrando o tênis no caminho, por exemplo. Depois de um rápido uni-duni-tê (é assim que se escreve isso?), levei o Tomás para o trocador. Ele se espreguiçou. E então me viu. E abriu um sorriso daqueles. A cena se repetiu com o Vitor. E eu me dei conta: pela primeira vez, passamos uma noite inteirinha sem choro.

É bem significativo que os dois tenham conseguido alcançar essa "marca" hoje. Hoje, eles completam seis meses de vida. Diante do fato - de uma alegria imensa para quem não aguentava mais levantar no frio sempre assustada -, ficou meio inevitável não fazer uma espécie de balanço. Lembrei do dia 9 de janeiro. Da minha barriga enorme. E do frio na barriga que senti ao entrar no hospital já sabendo que os dois nasceriam e iriam direto para a UTI. Não foi fácil. Mas dormir uma noite toda e despertar com o bom humor dos pequenos talvez já seja um sinal de como o medo vai se diluindo. E de como tem sido bacana essa jornada. Porque há momentos difíceis, mas há muitos outros deliciosos. Deliciosos em dobro, é preciso dizer!

Sempre sonhei com minha gravidez. Pois não tive um, mas dois meninos logo de uma vez. Daí, quando soube da vinda dupla, comecei a torcer para conseguir produzir leite suficiente por pelo menos um mês. Pois seis já se foram e eles continuam mamando no peito. E assim vai. Numa lista de desejos que se superam o tempo todo. Por isso, hoje, quando logo cedo eles começaram a falar algo lá na língua deles, eu resolvi retribuir o diálogo cantando "parabéns a você". Duas vezes. Deu vontade de cantar muitas mais. Só parei porque... olhei o relógio e já eram quase dez. Hora de preparar o suco de laranja - que agora eles tomam numa versão turbinada com cenoura.

Um comentário:

DANI FISS disse...

Estava me sentindo só e decidi vim te ler ! vc me fez chorar com seu depoimento de hoje e adoro mesmo te ler porque me vejo na historia e sentindo o que vc sentiu .
Pena que nao conseguimos nos encontrar semana passada ...
Parabens aos meuslindos deliciosos
manda beijo igual vtor fez aquele dia ...coisa linda ...saudades DANI FISS