quinta-feira, 4 de junho de 2009

Força na peruca

Eles estão estranhando as pessoas. Quando não reconhecem alguém, abrem o berreiro. Sem cerimônia. E deixam a mãe aqui um tantão sem graça, sabe? Sempre critiquei aquelas crianças que, na frente dos outros, ficam se escondendo nas pernas dos pais. Quero que eles sejam despachados. Ao mesmo tempo, preciso confessar: dá um certo orgulhosinho ganhar uma prova de que eles já me identificam em meio às muitas pessoas que lhes dirigem gracinhas. Perceber isso tem ainda um sabor especial a poucos dias do fim da licença-maternidade. É como se eles me dissessem: "Vai tranqüila! A gente te espera!"

Pois hoje, numa espécie de prévia para a... próxima segunda-feira, deixei os dois com a Maria e me dei de presente um, digamos assim, "dia de princesa". Fui ao cabeleireiro. Fiz a mão, o pé, cortei o cabelo. Ah! Folheei também a Caras, a Contigo, a Quem. O celular, que antes permanecia até desligado nessas horas, ficou do lado de fora da bolsa para eu ouvir o toque em meio a tantos secadores ligados. Mas foi só. Segurei a onda como uma mulher decidida e poderosa. Tipo uma executivona dessas que, às dez da noite, continuam em cima do salto agulha, cheirosas e com o penteado no lugar, claro.

Me desesperei na volta. Saí de lá às cinco da tarde e amarguei um congestionamento monstro. Depois de cinco meses enfurnada em casa, havia me esquecido completamente do trânsito paulistano. No carro, os peitos cheios de leite começaram a doer. A saudade apertou. E as unhas e os cabelos "novos" já nem pareceram mais tão legais assim. Eu, que tinha me policiado para dar "só" dois telefonemas para a babá durante a tarde, acabei me descontrolando. Liguei umas três mais. Na terceira, a sorte foi que senti vergonha suficiente para não pedir que ela colocasse os dois na linha. Mas já em casa, quando o pai ligou lá do outro lado do oceano, e sem a babá ver - tenho senso do ridículo! -, levei o fone ao ouvido do Tom. O fofo permaneceu quieto, mas o pai certamente me entendeu.

Um comentário:

Unknown disse...

Gi,
Ainda bem que eles não me estranharam!!!!!! Acho que eu piraria!!!! espero que eles sempre lembrem da vovó Suely com carinho!!!
Bjs
Su