quarta-feira, 24 de junho de 2009

Segunda chance

Aos poucos, fico cada vez mais com a sensação de que estamos todos nos entendendo melhor. Sei, por exemplo, o jeitinho certo de acalmá-los. Jeito, claro, diferente para cada um. No colo, o Vitor gosta de manter a cabeça virada para fora. Já o Tomás se aninha sempre com o rosto voltado pra mim. De vez em quando, ele arregala a vista e dá um sorrisinho, como quem diz: "Você continua aí, que bom!". Os dois também já se bastam, sabe? Deitados lado a lado, agora eles demoram mais para reclamar a minha ausência. Gastam uns bons minutos se admirando e, muitas vezes, riem um pro outro. Eu derreto.

Não me soa exagero dizer ainda que eles conversam. Entre si e com a gente. Está certo... as palavras saem na forma de gritos e umas risadas igualmente altas, mas eu entendo o que significam. A dupla tem se divertido nessa jornada de descobertas do mundo ao redor. E, por tabela, me levam junto. Hoje de manhã, acordei com 33 anos (que horror!), uma barriguinha que insiste em permanecer comigo, mais uns fios de cabelo branco, mais umas manchinhas na cara e muitas dúvidas adolescentes. E me peguei maravilhada com o laranja vivo do suco na mamadeira. Como se nunca tivesse visto a cor na vida. É que agora eu experimento a delícia de conhecer as coisas de novo. Sim, ser mãe traz uma espécie de segunda chance. Posso hoje ver as coisas através dos olhos dos meus filhos. E as coisas, bobas, simples, têm parecido mais bonitas.

ps: o que as pessoas querem de fato falar quando comentam que estou com cara de mãe? Encaro como um elogio ou ligo o sinal de alerta? É... a autoestima fica um tanto abalada quando se assopra 33 velinhas.

3 comentários:

tia da Aninha disse...

Gi: Quero te felicitar pela consciência da sensibilidade à flor da pele que a maternidade nos proporciona. Não se importe com a idade porque SER mulher é privilégio de poucas. Hoje, com 51 anos, e meus três crescidos sinto que só ganhei com a maternidade e amadurecimento. Ganhei três amigos que têm a sorte de ter uma MÃE. E como sou MULHER, Gi. Espero que lembre de mim: Sou tia da madrinha do Victor, Ana Cláudia(e sou madrinha da NI), que "baba" a todo o momento que fala de seus filhos. Uma amizade como a de vocês é rara. Cultive-a. Tenho uma amiga que ainda chama meus filhos de crianças, pode um negócio desses? Se me autorizar, gostaria de enviar esse blog para uma pessoa especial, que está grávida e não cabe em si de contentamento...

Gi Kato disse...

Claro que me lembro de vc!
Poxa... pode sim passar o endereço do blog para a sua amiga.
é uma delícia "trocar" a experiência incrível com outras mães.
"Brigada" pela mensagem carinhosa.
Um beijo grandão!

Unknown disse...

Voce e o maximooooooooo!!! Te amo, amiga. bj