quarta-feira, 20 de maio de 2009

A gente se entende

Eu olho para eles, dou um sorriso e eles riem de volta. De um jeito gostoso. Daquele jeito que a gente pensa que só o nosso filho sabe fazer. À medida que os dias passam, o Vitor e o Tomás interagem cada vez mais com as coisas e as pessoas. No carro, arregalam a vista para observar detalhes na paisagem. Em casa, reagem de forma diferente dependendo do momento e do cantinho em que estão. Arrisco dizer que eles curtem a rotina e se esbaldam de satisfação quando reconhecem algum lugar. Ou alguma situação. Por exemplo: todo dia, eu acordo, dou o peito e levo os dois de carrinho para a cozinha, para me fazerem companhia no café da manhã. É uma hora deliciosa. Eles sempre ficam acordados e (juro!) parecem entender direitinho o que acontece ali, enquanto folheio o jornal e espalho a manteiga no pão. Com isso, eu quero falar que, aos poucos, vamos criando uma espécie de código. Só nosso.

Enquanto o Vitor mama, eu sei que adora que eu faça um carinho em uma de suas mãos. Ele chega a esticar os dedos para sentir melhor o meu toque. Fica calmo, suga melhor. Enquanto isso, com a outra mão, ele acaricia as minhas costas. O Tomás se irrita quando converso durante a mamada. Quer atenção exclusiva na hora. E não gosta de chupeta. Quando está chorando muito, eu sei que preciso insistir com paciência. Passo a borracha sobre seus lábios e falo baixinho: "chiiiiiiii". Em pouco tempo, ele entende o recado e agarra a "amiga". Os dois gostam de carinho nos pés, fazem um biquinho irresistível antes de abrir o berreiro, viram os olhinhos durante uma sessão de cafuné, fecham as mãos e apertam as bochechas com força quando estão se espreguiçando. Curtem também que eu brinque chamando-os de "babões" (foi assim que eu consegui arrancar o primeiro sorriso deles!) e se assustam quando alguém tosse por perto. Enfim, dia após dia, essa lista aumenta. A gente vai se conhecendo melhor. E eu sinto uma vontade enorme de registrar tudo aqui porque essas coisas acontecem numa velocidade incrível e dá um medo danado de esquecer ou deixar escapar uma nuance sequer.

2 comentários:

Marina disse...

Gi,
nossa, tenho a mesma sensacao!! Por isso, saio tirando fotos e fazendo videozinhos!! As vezes, aos olhos dos outros, das coisas mais banais, mas para quem acompanha o dia a dia, e algo incrivel, nao?!!
Uma roladinha pro lado, um movimento de cabeca, um olhar que te acompanha...acho a parte mais especial: acompanhar os filhos descobrindo, literalmente, este mundo (que ando meio doido) que nos rodeia!
E so vai melhorar: a partir de agora, e quando voce, realmente, sentira a recompensa de ter tudo em dobro ao mesmo tempo! Beijos e "apertinho de bochecha" nos lindinhos.

MARIA ANGÉLICA disse...

Gi que delícia de textos já falei e acho o máximo vc conseguir registrar todas essas sensações e os momentos juntos é fantástico.
Parabéns!! o blog é o máximo.