sábado, 2 de maio de 2009

Os nomes

Chegar aos nomes Vitor e Tomás não foi fácil. Primeiro porque sempre me imaginei com uma filha. A imagem que me vinha era aquela clássica: uma menina fofa, de lacinho e vestidinho, sabe? Cresci numa casa com quatro mulheres. E entrei em uma pequena e discreta crise quando o médico do ultrassom falou: "São meninos". Discreta porque há uma certa pressão social para se aceitar com um espírito elevado e um balde de alegria qualquer coisa que envolva os filhos, né? Acho que segurei bem a onda, mas lá no fundo eu pensava: "Não sei criar meninos". Bom, como se soubesse criar meninas...

Passado o susto (agora só suspiro por uma filha quando entro em uma loja e vejo a infinidade de roupinhas que existem para elas! Ser mãe de menina é poder brincar de boneca também!), com um pai completamente abobado pelo fato de ter dois meninos, começamos a discutir os nomes. Vitor surgiu logo de cara. Era o nome que a gente sempre comentava quando a maternidade era só brincadeira mesmo. Mas e o outro? Vivíamos levantando possibilidades. "Pedro?", eu sugeria. "Não, tive um amigo Pedro no colégio. Ele era chato", respondia o Pablo. "Bruno?" "Não... Gosto de Bruna, mas não de Bruno." Eu queria fugir dos modismos - já reparou que os nomes têm época? Agora, por exemplo, estamos na era dos Enzos e Lucas. O Pablo queria fugir dos apóstolos: Mateus, Tiago, Lucas (de novo!). Queríamos ainda algo que combinasse com Vitor, mas que não rimasse com Vitor. Ou, pelo menos, que não lembrasse dupla sertaneja... tipo Leo!

Um dia, senti saudade de uma amiga-irmã, a Mariana. Foi a primeira pessoa querida e próxima a ter filho. Tomás. Repeti o nome em voz alta e o Pablo: "Tomás. Tá aí! Gostei. Tomás! Não é óbvio. É curto. É forte." Abri o livro de nomes que a minha irmã Cinthia havia nos dado. Significado de Tomás: "gêmeo". Sumiram as dúvidas. Liguei para a Mari, contei que ia "imitá-la" e pedi que encarasse a decisão como uma espécie de homenagem. Hoje, desejo que os nossos Toms conheçam cumplicidade como a nossa.

Mais tarde, durante um café com outra amigona, a Marina, falei que havíamos finalmente escolhido. "Ai, mas não conta nunca pro Tomás que o nome dele significa gêmeo. Ele vai ficar traumatizado, achar que veio em segundo lugar, sei lá!" Demos risada na hora, mas seu comentário foi só o primeiro de muitos parecidos que viriam na seqüência. Não com relação aos nomes deles, mas por todo o resto. Tem sempre alguém de plantão - e quando não há ninguém a minha consciência apita sozinha - cuidando para que os dois recebam a mesma dose de colo, de elogio, de atenção. Entrar nessa onda dá uma pirada. Mas existe outro jeito?

PS: se fossem meninas, chamariam Olívia e Anita.

3 comentários:

Marina disse...

Gi!!!!!! Nao acredito que fui citada. E acredita que enquanto lia o post pensava a mesma coisa, sem me lembrar que havia comentado isso? Mas a combinaçao é linda. Sempre acho linda quando repito para as pessoas. Vitor e Tomas. Eles estao tao gordinhos... daqui a pouco estou aí pra te ajudar nessa luta! Beijo aos tres meninos.

Ci disse...

Tb adorei ser citada!!! ta vendo...ajudei um pouquinho na escolha do nome do meu afilhado! bjos

Gi Kato disse...

Marinoca!
Prepare-se para ser muuuito citada por aqui! A saudade de vc é imensa! E agora as coisas estão melhores! Ou seja, aguardo a senhora para retomarmos as nossas degustações de vinho. Eu e o Pablito compramos um decanter e taças novas - de cristal!