sexta-feira, 22 de maio de 2009

Nossos cabelos

Durante a gravidez, enfrentei bravamente uns sete meses longe do cabeleireiro. Para alguns, a informação pode não significar muita coisa, mas quem já passou dos 30 vai me entender com certeza. Os fios brancos, que antes, quando apareciam, eu arrancava e dava risada, agora, digamos assim, dominam extensas áreas da cabeça. De uma cabeça com cabelos castanhos, o que piora a situação, né? Ou seja, no ano passado, eu ia trabalhar ou circulava por uma balada qualquer sempre beeem tensa. Como se já não bastasse a barriga - que às vezes eu até achava charmosinha, mas isso bem às vezes mesmo - eu ainda me policiava o tempo todo para bloquear qualquer movimento mais espontâneo do pescoço pra cima. Jogar o cabelão pro outro lado, prendê-lo em um rabo de cavalo, colocá-lo para trás da orelha, tudo proibido. Gestos quase definidores de personalidade, de repente, ficaram calculados. Claro que eu poderia ter desencanado disso por um tempo. Oras, todo mundo sabe (ou não?) que mulher grávida não deve pintar os cabelos. Mas eu ainda não desenvolvi auto-estima suficiente para participar de uma reunião importante, por exemplo, sem encanar com a possibilidade de um fio branco sequer fora de controle. Ou assumir o grisalho em um jantar com os amigos do marido. Vivi mais de meio calendário com faixas, grampinhos e lencinhos na bolsa.

Vitor e Tomás nascidos, tinta liberada pelo pediatra, cabelos devidamente cobertos... e eis que me deparo com um novo problema nessa área. Mas será possível? Dá raiva só de escrever isso aqui. Há um mês, os meninos perderam todos - todos mesmo - os raros fios que tinham espetados na cabeça. Ficaram carecas. Quase como se eu tivesse passado uma máquina zero nos fofos. E não é que, do nada, os meus recém-recuperados fios castanhos também resolveram cair loucamente? Estão espalhados pelo travesseiro, pelo sofá, entopem o ralo do chuveiro, surgem nos berços dos bebês. Tenho medo até de escová-los com muita força, sabe? Agora que a barriga vai voltando pro lugar... só faltava eu ser obrigada a recorrer a uma peruca. E isso que ocorre comigo tem explicação médica. Explicação é exagero, vai. Mas foi o pediatra do Vi e do Tom quem mencionou essa possibilidade logo na primeira consulta. Falou que era algo curioso que acontecia entre algumas mães e seus filhos. Bendita boca. E eu, além de uma mulher com questões de auto-estima para resolver, me descobri bem sugestionável. Você sabe de algo chato que pode acometer uma mãe de primeira viagem? Por favor, não me conte! Nos meus ouvidos, a coisa vira premonição das bravas.

3 comentários:

TROYART disse...

Engraçado como a vida muda cada vez mais rápido e cada vez melhor?

beijo e parabens pelos meninos.
Roberto Stelzer

Gi Kato disse...

Você por aqui!
Que delícia! E que saudade!
Vamos combinar de almoçar pra colocar o papo em dia!
Beijo grandão.

Ana Claudia disse...

Amigaaaaa ... se os cabelos brancos estiverem caindo tb que ÒTIMO !!!!... isso é só o começo ...hehehehehe